ECOFEST: um festival de projetos sobre sustentabilidade que ensina além dos muros do colégio

Para nós, educadores, a cada dia, o desafio para a construção de uma educação para o desenvolvimento sustentável aumenta. Lidar diariamente com os desejos humanos que permeiam um conceito de “felicidade”, idealizada de modo condicionado pela obtenção de coisas, somado à necessidade de ampliar o acesso ao conhecimento e a aprendizagem dos nossos educandos, é uma tarefa árdua e que requer muita resiliência e propósito.

Há uma clara percepção de que o ambiente escolar é propício e necessário para contribuir com a formação dos nossos jovens, para que compreendam e incorporem a importância da preservação do meio ambiente.

As questões ambientais e de sustentabilidade, talvez vistas como modismo em décadas passadas, passam a ser um tema de relevância para a sobrevivência de todos os seres do planeta, inclusive com a reflexão de que a vida não se sustenta se cada um não compreender a importância do outro, de modo muito amplo e abrangente, no ciclo da vida.

Existe um conceito africano denominado “Ubuntu”, que significa “eu sou pelo que os outros são em mim”, que expressa, exatamente, a compreensão do senso de coletividade, tão importante para o equilíbrio da vida.

O evento denominado ECOFEST, realizado inicialmente na unidade Saúde do Colégio Santa Amália,  foi a culminância e compartilhamento de resultados de vários projetos desenvolvidos pelos professores, cuja temática girou em torno da Década de Restauração dos Ecossistemas, determinada pela ONU e que se iniciou em Janeiro de 2021.

Nestes projetos, surgiram muitas conversas sobre o meio ambiente e a sustentabilidade. A educação para as mudanças climáticas esteve muito presente e o maior intuito de todos os educadores envolvidos no processo, foi trazer para a roda de conversa o quanto é importante que todos estejamos conscientes do impacto que causamos no equilíbrio da vida de outros seres vivos e como essa delicada teia, se destruída, pode afetar a todos nós, implacavelmente.

Durante o evento, algumas expressões artísticas estiveram presentes, pois acreditamos que a arte tem papel principal na concepção interna desses conceitos que pretendíamos que fossem incorporados. Ao expressar um pensamento, estamos trabalhando questões cognitivas que ampliam nossa visão de mundo e essa ampliação amadurece o indivíduo que passa por ela.

O cinema esteve presente com projeções que contam sobre a vida de personagens importantes na nossa sociedade e que lidam com as questões do desequilíbrio ecológico. Nosso objetivo com essa atividade foi divulgar experiências para depois debatê-las. Nossos estudantes participaram ativamente, ou seja, sentimos que mais sementes foram plantadas em solos férteis. Certamente germinarão na forma de cidadãos mais presentes e conscientes da diferença positiva que podem fazer no mundo.

O momento de compartilhamento de todos os projetos foi fantástico. Pudemos observar o protagonismo de cada grupo, o engajamento e, principalmente, a sensibilidade despertada em cada momento de aprendizagem, em cada projeto que foi desenvolvido em sala de aula, palco principal de todas essas transformações.

Educar para a transformação requer muito amor e empenho. O resultado de todo processo, que começou em fevereiro de 2021, apenas demonstra que estamos no caminho certo.

Com as experiências adquiridas em 2021, pretendemos realizar um novo ECOFEST em 2022 muito melhor, com alunos mais bem preparados e, aos poucos, seguir mais e mais firmes em nossa missão de aprimorarmos uma educação para o desenvolvimento sustentável que, certamente, será o suporte para a construção de uma sociedade mais justa e consciente de que não estamos sozinhos e que, principalmente, dependemos uns dos outros para sobreviver e passar por todo esse conjunto de experiências maravilhosas, chamado VIDA.

Texto por: Silvia Rinaldi. Coordenadora Pedagógica do EF2, Bióloga e especialista em Meio Ambiente e Sustentabilidade.