Adolescentes do Programa Esportes e alunos do Colégio Santa Amália
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+ Ler maisPara iniciar as atividades do ano, o Colégio Santa Amália promoveu na manhã de quarta-feira, uma palestra com um tema mais que atual e super discutido no meio acadêmico. O Professor Dr. Daniel Munduruku falou sobre Diversidade Cultural e Linguística Brasileira.
No início da palestra, Prof. Daniel para descontrair e atrair o interesse coletivo, deu o bom dia na língua Tucurucu e pediu que o público presente fizesse o mesmo. Em seguida, o palestrante falou sobre a valorização dos ancestrais ao abordar o tempo passado e futuro. No entanto, ressaltou a importância de valorizarmos o agora, por ele ser único e que se usarmos bem, o universo nos retribui com dádivas.
Um ponto importante de reflexão para todos, foi a abordagem do estereótipo criado em cima da palavra índio, que segundo a visão do Prof. Daniel, tira a diversidade dos povos indígenas. Ele sugere a retirada do vocabulário e da prática pedagógica. Em seguida, o palestrante contou da sua experiência ao chegar na escola aos nove anos. Seus colegas de classe o apontaram o dedo dizendo: “Olha o índio que está chegando na nossa escola.” Neste momento, ele tomou conhecimento de como os outros o enxergavam, pois ele não conhecia o termo. “Naquele dia, eu ganhei o apelido de índio”. Além disso, na ocasião, a escola não permitia que ele falasse sua língua, castigando-o fisicamente quando havia desobediência.
O palestrante ressaltou a importância da diversidade cultural linguística brasileira, permitindo que povos com diferentes línguas possam conviver em harmonia e em grupo. De acordo com último senso, temos 305 povos indígenas e mais de 274 línguas, mas que aprendemos que a única língua falada no Brasil é o português, e sugere que perdemos a oportunidade explorar essa diversidade.
Ao entrar em uma história deliciosa de se ouvir, o professor contou sobre o dia que foi ao rio com o seu avô, o mesmo pediu para que ele ouvisse o que as águas tinham para lhe dizer. Ao final, ele conta que o avô havia dito que a cabeça do neto estava cheia de preocupação e que para ouvir o rio, era necessário esvaziar a cabeça. Completou dizendo, que o rio continua no seu destino, porque ele persiste no seu caminho e que temos que ser igual ao rio, para não estacionar em cada dificuldade.
Prof. Daniel retratou da pergunta que é feita para toda criança na infância: “O que você quer ser quando crescer?” e revelou que essa pergunta não é feita para uma criança indígena, porque a criança já é tudo que ela precisa ser, ser criança e brincar. E que assim, ela se torna um adulto completo, por ter sido uma criança completa.
No encerramento, o palestrante falou sobre as diversas produções literárias indígenas e que contemplam diversas idades e gostos. E pede para que os educadores não sejam águas paradas e sim águas correntes, para que as crianças possam mergulhar, possam buscar conhecimento, possam descobrir. E que sendo água corrente, é uma forma de estar em movimento.
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